Deus me surpreendeu faz alguns anos com um chamado muito especial: o de ser sua servidora no Processo Comunitário para a Confirmação (PCC).

Nestes seis anos de serviço fui crescendo no amor aos demais, na confiança em sua Providência, na entrega e no esperar pacientemente os tempos do Pai.

Sou testemunha do fundo do amor de Deus, do cuidado e zelo que guarda por cada um dos irmãos que passam pelo PCC. Ele é o verdadeiro Guardião de suas vidas.

A pobreza, a singeleza de coração, a misericórdia, o esquecimento de um mesmo frente à necessidade do outro, o amor pelo povo que nos confia, bem como a força da Palavra, a oração, o depoimento e a exhortação permanentes são as ferramentas que aprendi a pedir para que minha oferenda agrade ao Senhor e dê frutos. Aprendi a semear para que Ele colha no momento oportuno.

Posso dizer que o PCC tem vida própria, tem um "mecanismo" que trabalha sem parar: o Espírito Santo. O mesmo que impulsiona cada anúncio, cada compartilhar, cada canto, cada encontro pastoral.

Em mais de uma ocasião me encontrei anunciando algo que não tinha previsto ou mudando o desenvolvimento de uma reunião, ou animando a algum irmão. Porque o Espírito sopra fortemente nos corações de quem servimos e vi a graça derramada nos irmãos. O vê-lo fazer com todo seu poder me faz sentir pequena frente a sua grandeza e me localiza novamente no lugar de filha e precisada de seu amor.

Dentro do corpo de catequistas o Senhor se vale de tudo para ensinar-nos a caminhar como verdadeiros irmãos. Pessoalmente pude reconciliarme em mais de uma oportunidade com outros servidores, aprendendo a pedir perdão e também a perdoar.

O serviço também foi de resgate para minha vida. Frente à morte de papai e de outros familiares em poucos meses, descobri que ir entregar o pouco que tinha no PCC enchia meu coração de um louvor inexplicável. Eu ia com quase nada para dar e voltava cheia de alegria e paz. Por isto e outras coisas, o PCC ocupa um lugar muito importante em minha história de salvação.

O lavar-lhe os pés cada sábado aos irmãos continua ressoando em meu coração como um forte chamado à humildade, a correr-me para deixar que seja Deus quem faça.